13 março 2009

Contestação social
Manifestações aumentam 43 por cento

Nos últimos 3 anos, o número de manifestações no país aumentou 43%. Só em Lisboa houve mais de 500 registos em 2008. Entre 2006 e 2008 as manifestações só diminuíram em Coimbra.

Manifestações de professores, vigílias contra o fecho de urgências hospitalares, protestos contra portagens em SCUTS e contra despedimentos na indústria. Em três anos o número de manifestações no país aumentou 43%.

De acordo com os dados recolhidos pela Renascença junto dos governos civis do continente, de 530 avisos de manifestações registados em 2006 passou-se para mais de 750 em 2008, o que dá uma média de duas manifestações por dia. No total dos três anos registaram-se 1964 manifestações.

Em Braga as manifestações mais do que duplicaram (de 19 em 2006 para 51 em 2008), em Aveiro aumentaram sete vezes (de 4 para 28), no Porto duplicaram (de 28 para 56) e em Lisboa cresceram 28% (de 411 para 529). Coimbra é o único distrito onde, nos últimos três anos, o número de manifestações diminuiu (de 12 para 4).

No ano passado — e excluindo Lisboa e Porto —, Braga (51 registos), Aveiro (28 registos) e Guarda (20 registos) foram os distritos onde as populações mais se manifestaram.

Na Guarda, recorde-se, além das manifestações contra os despedimentos na unidade da Delphi, os principais focos de contestação nos últimos três anos foram o encerramento de urgências e da maternidade do hospital da cidade.

Aveiro foi palco de vários protestos contra os despedimentos na Yazaki Saltano e Braga, além de um protesto que reuniu no ano passado 3.500 professores do Minho, houve também vários protestos contra as portagens na auto-estrada A28.

Manifestações quase exclusivamente a Norte

Olhando para o mapa do país, a Sul do Tejo apenas tiveram lugar 4% do total das manifestações (84) e a Norte do Mondego concentraram-se 18% (362). Sem surpresa, Lisboa e Porto somam 81% das ocorrências, embora com uma grande diferença: 1504 registos em Lisboa contra 103 no Porto.

A contestação parece, aliás, ser quase um exclusivo do Centro e Norte do país. É que os seis distritos a Sul do Tejo representam apenas quatro por cento do total das mais de 1900 manifestações registadas em três anos. Em 10 distritos houve menos de 10 manifestações em 2008. (fim)

RR em 13Mar2009

Os dados apresentados referem-se apenas às manifestações que tiveram lugar nas cidades capital de distrito. A informação foi recolhida junto dos governos civis dos 18 distritos do território continental e o pedido referia-se ao número de manifestações comunicadas àquele organismo nos anos de 2006, 2007 e 2008. Em 18 pedidos obtivemos 16 respostas. Évora nunca respondeu ao pedido de informação da Renascença e Leiria não dispunha dos dados. Viseu apenas possuía informação relativa a 2008.

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